Moqueca de Tucano

Morador do Espírito Santo, militante do PSDB...

Monday, March 26, 2007

Jovens do PSDB dão exemplo: Estão nos aeroportos coletando assinatura para a CPI do Apagão Aéreo.


As juventudes do PSDB, PFL e PPS, estiveram nos aeroportos coletando assinatura para a abertura da CPI do Apagão Aéreo. Por volta das 8:00 AM, os jovens se encontraram e começaram o trabalho. Contaram com a participação dos deputados Arnaldo Madeira e Vanderlei Macris, ambos do PSDB.

É a juventude do PSDB trabalhando pelo Brasil!


"Lula não entende a lógica democrática"

Brasília (26 de março) - Leia abaixo entrevista do ex-governador do São Paulo Geraldo Alckmin ao repórter Carlos Marchi, publicada na edição de O Estado de S. Paulo da segunda-feira 26 de março:



Como o sr. está se sentindo longe do poder, depois de 12 anos no Palácio dos Bandeirantes? As pessoas ainda ligam?

Você tem de reaprender algumas coisas. Quando você sai do poder, tem de fazer um curso para aprender a se virar sozinho. Lá, eu e a Lu estamos aprendendo computador, internet, falar inglês. Mas eu já estou acostumado com essa coisa de entrar para o poder e sair dele. É importante, do ponto de vista pessoal, estar mais perto das ruas. Quando voltar de Harvard, vou percorrer o País todo para agradecer os votos que recebi. Afinal de contas, tive 40% dos votos do País, venci as eleições em todo o Sul, boa parte do Sudeste e do Centro-Oeste. Vou dar aulas em duas faculdades e me dedicar a organizar o PSDB.


De cabeça fria, como o sr. analisa que tivesse 40 milhões de votos no 1º turno e perdesse mais de 2 milhões de votos no 2º?

No segundo turno, funcionou para valer a máquina do governo e do PT, as pesquisas eleitorais induziram o eleitorado. Lula gastou, durante a campanha, 1% do PIB em gastos correntes, R$ 20 bilhões. É claro que isso provoca um desnível.


O intervalo de duas semanas do 1º para o 2º turno não esfriou o ânimo do eleitorado com um candidato que vinha em ascensão?

Foi um erro e um erro grave. A nossa lógica foi que, quando veio o 2º turno, a campanha deveria ser mais curta para não dar ao adversário espaço para usar a máquina do governo. Cometemos um erro porque deu uma esfriada na eleição.


Por que o sr. não defendeu as privatizações do governo Fernando Henrique durante a campanha?

Há um equívoco. Meu adversário criou uma verdadeira mentirobrás, dizendo que eu iria privatizar o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, a Petrobrás. Eu reagi às mentiras. Procurei dizer que hoje o debate não é sobre privatização, mas sobre concessões e Parceria Público-Privada. A grande prioridade é trazer o setor privado para participar de investimentos.


Durante a campanha o sr. não encontrou um antídoto eficaz contra o Bolsa-Família. O que o sr. acha hoje do programa?

Sou favorável aos programas de complementação de renda. Mas eles não podem virar moeda de troca com o voto. Eu disse na campanha que o Bolsa-Família é transitório e que precisamos gerar empregos. Tanto bati na tecla certa que ficou na agenda nacional. Ficou tão forte que Lula tentou dar uma resposta, lançando o PAC, que, aliás, passa a léguas de distância das reformas, cuja falta inibe o crescimento. O mundo cresce 5%, os emergentes crescem 7%, os asiáticos crescem 10% e o Brasil cresce 2% ou 3%. Alguma coisa está errada. Os verdadeiros entraves do crescimento não estão sendo colocados.


Houve traições em seu arco de alianças?

O nível de solidariedade na política é baixo. Mas tive boas surpresas, muita gente suou muito a camisa. Quero agradecer publicamente a Tasso Jereissati, presidente do PSDB, que mergulhou na campanha; Jorge Bornhausen, presidente do PFL, muito firme; e Roberto Freire, presidente do PPS.


O sr. não deveria ter começado essa lista de agradecimentos com José Serra e Aécio Neves?

Eles ajudaram. Mas é natural que quem é candidato dê prioridade a sua campanha. Eu não vou ficar choramingando, bola para a frente.


O que o sr. acha de uma trégua que Lula pedirá ao PSDB?

Li outro dia no Estado que Lula vai propor uma trégua ao PSDB. Ele não entende a lógica democrática. A oposição é necessária no regime democrático. Se ele quer dois anos sem oposição, vira um regime de partido único. Que oposição é essa? É tão patriótico ser governo quanto ser oposição. O que a oposição tem de fazer é criticar, fiscalizar, cobrar.


O que o sr. achou do novo ministério de Lula?

Como é que pode, seis meses depois da eleição, não ter nem ministério para governar. E ter uma maioria que é uma colcha de retalhos, sem nenhum projeto, só para prorrogar a CPMF. Se esperar mais um pouco, acaba o primeiro ano, que é fundamental.


O sr. é candidato à presidência do PSDB em novembro?

Não. Não preciso ser presidente do PSDB para trabalhar pelo partido.


Mas é candidato à Prefeitura de São Paulo ano que vem, não?

Definido é que trabalharei pelo PSDB nas eleições municipais. Partido político precisa ter base municipal. A eleição da capital é importante, mas não é hora de discuti-la.


Afinal, qual a estratégia do PSDB na oposição?

O PSDB precisa voltar a seu manifesto, a amassar barro, estar perto dos movimentos populares. O governo age cooptando os que pode cooptar; os que não pode, desidrata, enfraquece. É o caso do PSDB, do PFL e do PPS. Nós já perdemos sete deputados. Aliás, nem perdemos, porque a saída dessas pessoas não foi perda.


O Brasil aprendeu a combater a criminalidade?

Não se pode combater a criminalidade no Brasil sem a liderança do governo federal. Crime organizado é federal. E a omissão do governo federal é inaceitável. Foi assim no primeiro mandato e sinto, no segundo, uma ausência total. Precisamos reformar os códigos penal e de processo penal. Como está, a lei é muito dura com o pequeno, mas muito fraca com o crime organizado.