Moqueca de Tucano

Morador do Espírito Santo, militante do PSDB...

Tuesday, January 16, 2007

Nota da Juventude do PSDB




As últimas eleições presidências marcaram momentos decisivos na história do PSDB. A vitória do PT em 2002 promoveu o partido à categoria de oposição. No início desta fase, muitos acreditaram na consolidação de um processo de oposição responsável e combativo por parte dos tucanos, até porque sempre fomos um partido de quadros capacitados e competentes. Contudo, apesar de bombardeada por consecutivas notícias de corrupção e aparelhamento no governo petista, a oposição na Câmara não demonstrou a reação esperada. Em 2006 pagamos por esta atonia e enfrentamos o uso descarado da máquina estatal na eleição junto com a total amnésia referente aos escândalos no governo petista. Mesmo assim, nosso candidato conseguiu mostrar-se melhor a 40 milhões de brasileiros. Eleitores que concederam ao PSDB o papel de, mais uma vez, enfrentar a falta de ética, o assalto do estado e a inexistência de projeto de governo. É para lembrar do passado e reafirmar os compromissos do presente que se destina esta carta.

No próximo mês os deputados da Câmara Federal escolherão a mesa diretora da próxima legislatura. Como de praxe, a “coalizão” governista racha e lança dois candidatos. Aldo Rebelo, eleito após o tropeço petista que resultou na eleição de Severino Cavalvante, presidiu uma das piores legislaturas da história. Encerra seu mandato com a proposta absurda de um aumento astronômico. Arlindo Chinaglia, fruto de um pacto entre José Dirceu, Marta Suplicy e outros petistas de índole semelhante, também carrega como principal proposta o aumento de salários dos deputados e dispensa maiores comentários.

Neste cenário sombrio, o PSDB deveria despontar como fiel da balança em prol do povo brasileiro. A voz rouca das ruas mostrou que não admitirá, em hipótese alguma, um presidente da Câmara que desenterre a proposta de aumento salarial. E é justamente por estes fatos que as últimas declarações de apoio a Chinaglia por parte de alguns deputados não podem ser levadas adiante.

Nós, jovens sociais democratas, acreditamos que um possível acordo político com o PT representa a traição de nossos ideais. Aliar-se ao PT em um projeto que não trará benefício algum ao povo brasileiro é um sacrifício ao qual o PSDB não deve estar disposto a incorrer. Vale ressaltar que a eleição da Câmara é diferente de algum projeto consensual rumo ao desenvolvimento econômico e social do nosso país. Neste aspecto sim, o apoio do PSDB deveria ser incondicionado.

Uma empreitada política ao lado do PT pode significar ao PSDB tornar-se igual ao próprio PT: um partido que enterrou seu passado, que rasgou sua cartilha ideológica e traiu seus eleitores por conta de seu projeto de poder. Nenhuma desculpa, nenhum argumento e nenhum fato é suficientemente forte para compactuar com isto.

Entendemos que o atual momento é necessário para o amadurecimento do partido, e não o enxergamos como uma crise. Todavia, parece que alguns membros do PSDB tendem a subestimar a legenda nos últimos meses, posição que é inexplicável. Em outubro, o candidato tucano à presidência da república conseguiu, mesmo sem o apoio irrestrito de alguns correligionários ilustres, travar o bom combate. E se o partido saiu derrotado eleitoralmente, não se pode dizer o mesmo no viés político. Derrotados são aqueles que estão traindo suas siglas e fazendo política aleatoriamente. Politicamente, o PSDB só acumula vitórias nos últimos anos.

Nesse sentido, vimos solicitar o bom senso de todos os líderes do nosso partido. Esperamos que eles não decepcionem sua militância, seus eleitores e a si mesmos. Pois uma aliança política com o PT, tal qual esta que está sendo delineada por alguns, pode representar o início da perda de identidade. Fato que, de certo, agradaria muito aos que hoje se fazem “companheiros” da social democracia brasileira.

Juventude do Partido da Social Democracia Brasileira

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